Novo convênio com o Instituto EDP vai permitir ao Instituto Terra avançar na recuperação dos ecossistemas naturais associados às nascentes da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu, sub-bacia do Rio Doce. Denominado de Doces Nascentes Capixabas, o projeto também integra o Programa Olhos D’Água e desta vez vai proteger 13 nascentes.

A iniciativa junto à bacia do Rio Guandu vai contemplar mais 13 produtores rurais, promovendo o Cadastro Ambiental Rural (CAR) das unidades atendidas, facilitando assim a adesão dos mesmos ao Programa de Regularização Ambiental (PRA) das propriedades rurais com até 100 hectares dos municípios pertencentes à bacia hidrográfica do rio Guandu.

Mais 20 nascentes da microbacia do rio Capim, em Aimorés-MG, estão em processo de proteção e recuperação. O projeto está sendo desenvolvido pelo Instituto Terra com o apoio da fundação francesa Anne Fontaine. O rio Capim abastece boa parte da cidade mineira e faz parte da sub-bacia do rio Manhuaçú, que por sua vez integra a Bacia Hidrográfica do Rio Doce.

As ações de proteção estão sendo desenvolvidas desde fevereiro de 2014 dentro do programa Olhos D’Água, que tem como meta recuperar todas as nascentes do Rio Doce. Desenvolvido em diferentes etapas, o programa tem como ponto de partida a mobilização e conscientização da comunidade da região contemplada. O grupo de 15 pequenos produtores rurais atendido pelo projeto junto à Fundação Anne Fontaine teve a oportunidade de inicialmente participar de uma visita técnica a uma propriedade que já conta com nascente protegida, para conhecer os benefícios obtidos com preservação dos recursos hídricos que garantem o abastecimento dos moradores bem como a produção agropecuária. “O exemplo vale mais que mil palavras. Quando eles observam os ganhos que podem obter a partir da proteção e uso racional da água, a adesão ao programa é imediata”, observa o superintendente Executivo do Instituto Terra, Adonai Lacruz.

Os produtores contemplados já receberam os insumos necessários para providenciar o cercamento das nascentes, conforme orientação técnica do Instituto Terra, que também já realizou a primeira coleta de água nos pontos que serão protegidos, para promover a análise e permitir um comparativo futuro da evolução na qualidade e quantidade dos recursos hídricos a partir da proteção.

Como próximo passo, ainda entre os meses de novembro e dezembro deste ano será efetivado o isolamento das 20 nascentes com a construção de cercas e plantio de mudas de espécies florestais da Mata Atlântica – produzidas no viveiro do Instituto Terra.

Para quase tudo o que o homem faz, emite gases de efeito estufa – principalmente o gás carbônico (CO2). Para amenizar esse problema, uma iniciativa que ganha força no Brasil é a compensação de carbono por meio do plantio de árvores. O Instituto Terra, somente nos últimos meses, promoveu a compensação de 13.105 toneladas de CO2 para entidades e empresas estabelecidas no país e também da Alemanha.

Foram iniciativas voluntárias de compensação para emissões produzidas em diferentes atividades – de realização de eventos, a produção de relatórios e de livros. A neutralização de CO2, neste caso, foi realizada na modalidade denominada de compensação florestal, onde é contabilizado o estoque de CO2 já seqüestrado pela floresta existente na RPPN Fazenda Bulcão, sede do Instituto Terra em Aimorés(MG), ou seja, o Instituto Terra recebeu pelo confisco de carbono que já efetua ao manter uma área reflorestada.

Confira abaixo quem compensou CO2 em parceria com o Instituto Terra nos últimos meses:

Editora Taschen – Compensação voluntária de todas as suas emissões (13t CO2-e)

Samarco – Compensação voluntária das emissões de produção do RAS dos anos de 2012 (13t CO2) e de 2013 (17t CO2), bem como da utilização de estande em evento (6t CO2)

SUCESU-MG – Compensação voluntária das emissões do evento Inforuso SUCESU 2013 (5t CO2)

WayCarbon – Compensação voluntária das emissões do inventário de CGH (32t CO2)

4º prêmio Hugo Werneck – Compensação voluntária das emissões pela realização do evento (32t CO2)

Obs.: 1t CO2 = 1 tonelada de Gás Carbônico

1t CO2-e = Mil toneladas de Gás Carbônico

A partir de novo convênio celebrado com a Prefeitura Municipal de Aimorés-MG, o Instituto Terra está prestando assistência técnica a mais 75 produtores rurais visando promover o desenvolvimento sustentável da cafeicultura no município.

A iniciativa pretende conscientizar o pequeno produtor sobre a importância de investir na diversificação do sistema de produção e, ao mesmo tempo, adotar práticas mais sustentáveis. O objetivo é reverter o quadro de degradação que hoje se encontra na maioria das propriedades rurais de Aimorés, em virtude de uma economia rural que até recentemente se baseava unicamente na pecuária extensiva, que desmatou florestas e prejudicou as fontes de água.

Em seu objetivo final, o projeto integra um plano maior da municipalidade, que pretende criar um modelo de produção agropecuária que promova o aproveitamento adequado das potencialidades da região, de modo a buscar a auto-suficiência na produção de alimentos, promovendo a geração de emprego e renda. As ações propostas pelo convênio se encerram em dezembro de 2014.

Todas as 50 nascentes localizadas na microbacia dos rios São João Grande e São João Pequeno, no distrito de Itapina, em Colatina (ES), hoje estão protegidas e em processo de recuperação. O trabalho foi realizado nos últimos três anos pelo Instituto Terra, a partir de convênio firmado com o Sindicer – Sindicato das Indústrias de Olaria da Região Centro Norte do Estado do Espírito Santo, por meio do Ministério Público do Estado do Espírito Santo, e com a parceria do Instituto Federal do Espírito Santo – IFES Itapina.

As ações de recuperação de nascentes realizadas em Itapina integram o programa Olhos D’Água, desenvolvido desde 2010 pelo Instituto Terra e que tem como objetivo maior a proteção de todas as nascentes da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, estimadas em cerca de 375 mil. Para a recuperação das áreas de mata ciliar no entorno das 50 nascentes, o Instituto Terra forneceu 30 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, produzidas em seu viveiro localizado na RPPN Fazenda Bulcão, em Aimorés (MG).

O projeto realizado em Itapina beneficiou diretamente 29 propriedades rurais, que são as pequenas unidades produtivas onde estão localizadas as 50 nascentes e que estavam em diferentes estágios de degradação quando do início do projeto.

Conforme prevê a metodologia do programa Olhos D’Água, os 29 produtores que aderiram à iniciativa participaram ativamente da execução do processo de proteção, recebendo assistência técnica e todos os insumos necessários para cercar as nascentes e realizar o plantio de mudas nativas no entorno das mesmas. Além disso, técnicos do Instituto Terra realizaram um estudo georreferenciado sobre as condições ambientais de cada unidade rural atendida.

O resultado desse estudo é entregue a cada produtor participante, identificando as situações críticas nas diferentes áreas da propriedade atendida, bem como propondo ações para o uso futuro do solo, de acordo com o novo Código Florestal Brasileiro. “Com base nesses levantamentos, é possível, por exemplo, definir quais as áreas da propriedade que podem ser utilizadas para atividades agrícolas e para a criação de gado, e quais as áreas que devem ser designadas para a proteção dos recursos naturais, com especial atenção para as áreas em que as nascentes estão localizadas”, explica Adonai Lacruz, superintendente Executivo do Instituto Terra.

Refazer o que o fogo destruiu. Essa é a atual tarefa dos trabalhadores de campo do Instituto Terra na Reserva Ecológica de Itapina, em Colatina-ES. A Reserva sofreu um grande incêndio em agosto de 2013, quando perdeu 36,19% da cobertura vegetal que estava sendo recuperada pela ONG ambiental desde 2009.

O trabalho de refazer os plantios nos 38 hectares de área reflorestada que foram perdidos com o incêndio está sendo possível a partir de novo apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que destinou recursos da ordem de R$ 713.221,00. Parte desse montante também vai permitir ao Instituto Terra promover o enriquecimento dos demais 67 hectares já reflorestados na reserva, que tem área total de 105 hectares, e assim ajudar a promover o aumento da diversidade de espécies nativas.

Área de Mata Atlântica, a Reserva de Itapina estava em estágio avançado de degradação quando o Instituto Terra iniciou o trabalho de reflorestamento há cinco anos. Durante esse período, as ações realizadas tiveram o apoio e aporte financeiro do próprio BNDES, da Samarco e da Prefeitura Municipal de Colatina. Somando esforços no resgate da área destruída pelo fogo, a Vale destinou 100 mil mudas de espécies de Mata Atlântica, além de adubo.

Em relação ao incêndio, o laudo do Corpo de Bombeiros apontou como causa do fogo “ação pessoal”, e esse laudo foi encaminhado à Polícia Civil para as providências legais. De acordo com o analista Ambiental do Instituto Terra, Jaeder Lopes Vieira, a recomposição florestal da Reserva de Itapina apresentou grau de complexidade extrema, devido ao avançado estágio de degradação em que se encontrava, fruto de uma exploração predatória, que causou a perda de nutrientes, da cobertura vegetal existente e marcadamente de solo.

“Além disso, existem as características próprias das áreas de Mata Atlântica, que após um incêndio, tornam ainda mais necessária a intervenção humana para reconstituir a cobertura vegetal”, explicou Vieira. O trabalho de campo de preparar o terreno para receber os novos plantios já foi iniciado. As novas mudas devem ser implantadas no último trimestre deste ano de 2014, logo após as primeiras chuvas.

Em uma importante demonstração de que a ecologia não tem fronteiras, uma iniciativa por parte de alunas de uma escola de Singapura, que fica no sudeste Asiático, emocionou os dirigentes e colaboradores do Instituto Terra. Estudantes do 3º. Ano da Stamford American International School realizaram com sucesso um movimento de arrecadação de fundos para enviar como doação para a ONG ambiental fundada por Lélia Wanick e Sebastião Salgado e que atua no Vale do Rio Doce, entre os Estados brasileiros de Minas Gerais e Espírito Santo.

“Inspirados pelo belo trabalho de educação e proteção ambiental que o Instituto Terra realiza, as crianças se reuniram e organizaram um “bake sale” (venda de bolinhos) na escola, para que também pudessem inspirar outras crianças a agir em prol do meio-ambiente”, explica Fernanda Pittela, que fez o contato com o Instituto Terra representando as alunas da escola. “Nós decidimos fazer uma ‘venda de bolinhos’ para arrecadar dinheiro para o Instituto Terra porque quando nós estudamos sobre os biomas na “Unidade de Questionamentos” e assistimos o vídeo sobre o trabalho do Instituto, teve uma grande influência sobre nós para ajudar a salvar a Mata Atlântica”, disse a aluna Jessica Cook.

O valor arrecadado somou R$ 5.326,00 e foi depositado por meio do website do Instituto Terra. Abaixo, a mensagem enviada pela professora Lucinda Woodward, em nome das crianças e vídeo com depoimento de duas das alunas participantes.

“We are Grade 3 students from Stamford American International School. Our names are Carmen, Anna, Sofia, Jessica, Zara, and Cormac. Our unit of inquiry was about biomes and we decided we wanted to help protect the tropical rainforest. Our teacher showed us a video and we got inspired by it because it showed how people are burning and cutting down the rainforest. The video suggested ways to help, and we decided to start our own organization at our school. Our organization is called S.O.E. (Save Our Earth). Then, we met with our teacher and our principal to see how we could help. We organized a bake sale at our school on May 23rd. We also went on our school’s TV show. The money we raised is going to be donated to your organization, Instituto Terra. Our teacher and parents will help us donate online this week. We are donating $3,000! We hope the money will help regrow the rainforest in Brazil.

Sincerely,

Carmen, Anna, Sofia, Jessica, Zara, and Cormac

Founders of S.O.E.”

Berçário das ações de reflorestamento, o viveiro do Instituto Terra já produziu cerca de quatro milhões de mudas de espécies florestais da Mata Atlântica. Uma produção que está ajudando a recuperar mais de 7,5 milhões de metros quadrados de áreas degradadas no Vale do Rio Doce.

No entanto, mais que cobrir de verde um território antes dominado por paisagens degradadas, o trabalho desenvolvido diariamente na RPPN Fazenda Bulcão, em Aimorés (MG), agrega um componente de grande valor ambiental, que muitas vezes não recebe a devida atenção nos projetos de reflorestamento: a conservação da biodiversidade florestal desse importante bioma que é a Mata Atlântica.

“Todo o processo envolvido na preparação das mudas visa à conservação dessa biodiversidade, e não apenas entre espécies diferentes, mas principalmente dentro de cada uma das espécies, o que é mais difícil”, observa o analista ambiental do Instituto Terra, Jaeder Lopes Vieira. Por isso, desde a coleta das sementes, que é feita dentro de um raio de 200 quilômetros de distância da RPPN, até o manejo dentro do viveiro, existe sempre a preocupação em cultivar as variedades possíveis e assim ter condições de, ao reflorestar, poder reconstruir as complexas interações ecológicas do bioma.

Atualmente, o viveiro do Instituto Terra tem capacidade para produzir um milhão de mudas por ano e trabalha com uma diversidade anual de cerca de 100 espécies nativas de Mata Atlântica. Segundo o analista ambiental do Instituto Terra, restaurar os processos ecológicos em áreas degradadas exige um conhecimento mais amplo das interações entre as várias espécies e da diversidade genética característica da Mata Atlântica.

“Restaurar uma floresta vai além de promover o plantio aleatório de árvores. É necessário seguir critérios ecológicos na escolha das espécies, na sua combinação e disposição no solo. Seguir esses critérios significa garantir que o ambiente reflorestado vai poder cumprir de fato sua função, e que a área reflorestada não retornará à condição de degradada, se for devidamente protegida ou mesmo manejada”.

A conservação da Mata Atlântica é uma das tarefas urgentes para o equilíbrio ambiental também no Brasil. O bioma tem papel fundamental na mitigação das mudanças do clima e na regulação dos sistemas de chuva. Com grande biodiversidade, sua restauração pode ajudar na promoção do desenvolvimento sustentável e aumento da produtividade agrícola, entre muitos outros benefícios.

Portal Semear – Para ajudar a ampliar as ações de recuperação florestal, o Instituto Terra compartilha conhecimento. A partir do Laboratório de Sementes que funciona na RPPN Fazenda Bulcão, está reunindo o conhecimento científico e empírico adquirido no desenvolvimento das mudas das várias espécies. E como forma de tornar esse conhecimento acessível, lançou o Portal Semear, tornando públicas as informações básicas sobre questões fundamentais na produção de mudas de Mata Atlântica e seu respectivo plantio. Rotineiramente atualizado, o Portal Semear se constitui em uma fonte de informações bibliográficas, permitindo divulgar as práticas do Instituto Terra desenvolvidas no viveiro e no Laboratório de Sementes ao longo de anos. Com imagens (fotos) das diferentes fases da produção de mudas, o portal científico é de fácil consulta, até mesmo para leigos, e está aberto a contribuições de outros viveiros. Confira em www.portalsemear.org.

A importância da Mata Atlântica e sua biodiversidade

A Mata Atlântica tem importância vital para cerca de 120 milhões de pessoas, mais de 70% da população brasileira. Tanto nas cidades como nas áreas rurais, é ela que ajuda a manter o equilíbrio ambiental ao regular o fluxo dos mananciais de água, proteger nascentes, regular o clima, a temperatura, a umidade, as chuvas, assegurando assim a fertilidade do solo e a proteção de escarpas e encostas de morros. Rios e lagos que cortam esse bioma formam uma rede de bacias hidrográficas de grande importância – sete das nove maiores bacias hidrográficas do Brasil estão em regiões de Mata Atlântica.

Biodiversidade é a quantidade de espécies de organismos vivos existentes nos ecossistemas da Terra. Se cada espécie tem sua função no planeta e sua posição na cadeia alimentar, o desaparecimento de uma espécie quebra esse equilíbrio, com conseqüências em vários serviços ambientais, como na polinização, controle de pragas e vetores de doenças, ciclo de nutrientes (água, nitrogênio, carbono), contenção de encostas, equilíbrio da temperatura e umidade do ar, entre outros. O principal impacto da perda da biodiversidade é a extinção das espécies, que são irrecuperáveis. A interferência desordenada do homem no meio ambiente é a grande causadora da perda da biodiversidade mundial. Plantas e animais têm sido exterminados de maneira muito rápida pela ação humana. A taxa de extermínio de espécies ocasionada pelo homem é 50 a 100 vezes superior aos índices de extinção por causa natural. Mesmo sendo difícil determinar o valor econômico dos benefícios da biodiversidade, calcula-se que esse número ultrapasse US$ 30 trilhões anuais, segundo estudo realizado em 16 grandes ecossistemas. Apenas os produtos derivados de plantas, animais e microorganismos movimentam cerca de US$ 200 bilhões por ano. Essas substâncias são utilizadas na pesquisa médica, alimentação, vestuário e agricultura. (Com informações do Projeto Tom da Mata e da Aliança para a Conservação da Mata Atlântica).

Visando promover o desenvolvimento sustentável da atividade cafeeira em Aimorés-MG, o Instituto Terra prestou assessoria técnica a pequenos produtores do município para incentivar a adoção de práticas agroecológicas de produção e viabilizar a adequação ambiental das unidades atendidas.

Desenvolvido em convênio com a Prefeitura Municipal de Aimorés, por meio do Departamento Municipal de Agricultura e Abastecimento, o projeto “Fortalecimento da Cafeicultura” teve execução no segundo semestre de 2013 e beneficiou 25 produtores.

Desde 2009 o Instituto Terra atua em parceria com a Prefeitura de Aimorés efetivando ações que objetivam o desenvolvimento sustentável do município, viabilizando assistência técnica ambiental em segmentos produtivos agroindustriais. Neste último projeto realizado, os produtores rurais beneficiados tiveram acesso a informações sobre poda, desbrota, adubação, controle de pragas e ervas daninhas, irrigação, colheita, beneficiamento e conservação do solo.

Além da assistência técnica por parte do Instituto Terra, o projeto permitiu efetivar outras parcerias com órgãos competentes na área para a realização de cursos e dias de campo com o objetivo de levar informações aos proprietários sobre a criação de associações e as possibilidades de crédito rural voltado para melhorias de infra-estrutura produtiva. Projetos para implantação de piquetes e de sistemas de irrigação também foram viabilizados em algumas unidades para favorecer o aumento da produtividade e da qualidade dos grãos produzidos.

É importante destacar que a variedade de café Conilon responde por aproximadamente 30% da produção nacional e se constitui na principal opção para os produtores do médio Rio Doce, principalmente em Aimorés-MG, devido às exigências de clima (variação de quente para temperaturas amenas) e precipitação anual (varia de 1200 mm a 1800 mm).

No entanto, Aimorés apresenta ainda uma região distinta em relação à altitude, temperatura e precipitação, como o distrito de Mata Fria, que tem altitude média de 900 metros, o que possibilita a cultura da variedade Arábica. Dessa forma, nos distritos de São José do Limoeiro, Macuco, Vala dos Fagundes e Alto Capim a variedade trabalhada pelo projeto foi a do café Arábica, enquanto nos distritos de Bugre, Tabaúna e Expedicionário Alício o destaque foi a variedade do café Conilon.

O Instituto Terra está em fase de conclusão de mais um trabalho para recuperação de nascentes de afluentes do Rio Doce a partir do programa Olhos d’Água. Dessa vez no município de Colatina-ES, contemplando mais 25 nascentes das microbacias dos rios São João Grande e São João Pequeno, a partir de convênio estabelecido com o Sindicato das Indústrias de Olaria da Região Centro Norte do Estado do Espírito Santo (Sindicer).

Ao Sindicer coube o aporte financeiro para a realização da compra dos insumos necessários à proteção das nascentes, com exceção das mudas. O Instituto Terra, além do projeto técnico, recibos de entrega de materiais e viabilização da assinatura do termo de compromisso junto aos produtores rurais participantes, respondeu pela doação e entrega das mudas de espécies nativas de Mata Atlântica para plantio no entorno das nascentes.

Já os produtores beneficiados, como previsto no programa, responderam pelo isolamento das nascentes e o plantio das mudas, envolvendo ações como coroamento, abertura de berços, controle de formigas cortadeiras, plantio, replantio, controle de invasoras e roçadas manuais.

Segundo Adonai Lacruz, superintendente Executivo do Instituto Terra, essa união de esforços entre as partes envolvidas – uma premissa do programa Olhos d’Água – é o que permite criar condições técnicas, econômicas e sociais para que o processo de recuperação de nascentes tenha sucesso e continuidade. “A partir das ações de capacitação e os resultados práticos obtidos, observamos um maior engajamento do produtores rurais, justamente pela compreensão sobre a importância da recuperação e preservação dos recursos hídricos em suas unidades produtivas”, explica Lacruz.

Durante o mês de março o Instituto Terra realizou também a coleta e a análise da água em 20% das nascentes isoladas em Colatina, conforme previsto no projeto. A partir desse monitoramento – o projeto prevê a realização de uma coleta antes e outra após a conclusão do processo de proteção – torna-se possível comparar e determinar os ganhos obtidos em termos de quantidade e qualidade dos recursos hídricos.

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