O gerente de projetos do Instituto Terra, Gilson Gomes de Oliveira Júnior, fala sobre a importância da recuperação de nascentes para quem produz localmente, como o trabalho vem se expandindo para cidades vizinhas e os principais desafios do projeto
Você poderia explicar um pouco sobre o trabalho que o Instituto Terra vem fazendo com os agricultores locais?
No momento, o trabalho vem dando ênfase à recuperação de nascentes, mas em estudo e elaboração de orçamento para diversificar as nossas atividades. Vamos implantar novas Unidades Experimentais de Restauração Produtiva (UERP’s) e ofertar aos produtores novos modelos de intervenções nas propriedades rurais – consolidar modelos de conservação x produção:
- Sistemas agroflorestais;
- Sistemas silvipastoris;
- Quintais agroecológicos;
- Manejo de árvores em pastagens;
- Enriquecimento florestal da reserva legal.
Qual é a importância da recuperação de nascentes para os produtores?
É fundamental para a garantia dos fluxos de água em sua propriedade. Por outro lado, o produtor passa a ser um aliado da conservação. Além de atender a legislação e adequar ambientalmente a propriedade.
Hoje, em qual estágio está esse trabalho de recuperação de nascentes? Em quais cidades está sendo feito?
Hoje, conseguimos um engajamento maior dos produtores rurais, que aceitam melhor a nossa metodologia e temos demandas para levar o projeto para várias propriedades rurais. Hoje estamos atuando no município de Pocrane (MG) em uma área que todo o fluxo de água deriva para a sede do município, ou seja, toda água para a população do município vem dessa microbacia que estamos trabalhando (córrego da corredeira).
Você poderia listar os principais desafios a serem superados nos próximos anos no trabalho que envolve os agricultores?
- Maior engajamento dos produtores – cessão de mão obra para algumas atividade do projeto;
- Ganho de escala;
- Implantar modelos produtivos em áreas nascentes (sistemas agroflorestais);
- Planejamento ambiental da propriedade (conectar as áreas de nascentes com as áreas de recarga hídrica), formando pequenos corredores ecológicos.